quarta-feira, 11 de maio de 2011

ELES PRECISAM DE CARINHO




Seus pés enfrentam quilômetros em asfalto quente, terra batida, lama, esteira. É hora de dar uma mãozinha a eles

Por Yara Achôa | Ilustrações Fido Nesti

Duas engenhocas compostas cada uma por 26 ossos, 107 ligamentos, 33 articulações e vários músculos, os pés são motivo de orgulho e ao mesmo tempo vergonha para muitos corredores. Orgulho porque são eles que carregam bravamente o piano na hora da corrida. Vergonha porque, quando não são bem cuidados, ficam com aspecto pior do que um tênis detonado.

Do ponto de vista ortopédico, os pés podem ter problemas anatômicos ou posturais e gerar uma série de chateações para o corredor. “Por isso, é importante fazer avaliações estáticas, como a impressão do arco plantar, e dinâmicas, com o paciente sendo filmado correndo em uma esteira”, sugere Rogério Teixeira da Silva, ortopedista do Núcleo de Estudos em Esportes e Ortopedia (NEO), de São Paulo. Mais do que apontar os “defeitos”, esses testes dão os caminhos para que a atividade seja praticada com segurança, revelando o tênis certo a ser usado e apontando a necessidade de fisioterapia para alguns desvios de postura, entre outras coisas. Conheça os principais quadros que obrigam o corredor a levar seus pés ao médico e saiba o que fazer para prevenir ou minimizar os estragos.

Ossos do ofício

Dores, inflamações e deformações podem tirá-lo das ruas por um tempo. Aqui, os problemas mais comuns


FASCITE PLANTAR


É a inflamação na estrutura de sustentação da sola do pé, a fáscia. O principal sintoma é dor na região do arco plantar, notada principalmente ao se pisar no chão ao levantar da cama pela manhã. Em alguns casos, dura o dia todo. O problema pode se tornar crônico e, quando não tratado, pode acarretar fraturas por estresse.
O que fazer: investir em alongamento, tracionando diariamente o pé. A palmilha pode ser essencial dependendo so seu tipo de pé. Caso a fascite esteja instalada, talvez seja necessário modificar o treinamento e até suspendê-lo por alguns dias, além de recorrer a medicamentos indicados pelo ortopedista.


INFLAMAÇÃO DO TENDÃO DE AQUILES


É caracterizada pela dor na parte de trás do tornozelo, que começa devagar e se intensifica com o passar do tempo. Cronicamente, leva ao enfraquecimento do tendão, tornando-o suscetível a uma série de outras lesões.
O que fazer: a melhor maneira de prevenir é realizar um bom alongamento de pernas e pés, use um sapato com boa absorvedor de impacto. Uma vez ocorrendo a inflamação, você provavelmente terá de interromper seus treinos por um período de sete a 15 dias (em quadros mais leves) ou fazer sessões de fisioterapia por até 12 semanas (em casos mais graves).


METATARSALGIA


É a dor na parte de cima do pé, onde temos cinco “ossinhos” chamados metatarsos. Pode estar relacionada a ossos, articulações, músculos, ligamentos ou tendões na região. O problema é mais comum em pessoas que costumam usar sapatos fechados e mulheres que andam de salto alto.
O que fazer: dar descanso aos pés. Ande descalço ou com calçados mais confortáveis e use palmilhas.


HÁLUX VALGO (JOANETE)


Uma saliência óssea do dedão ou dedinho que tem, entre suas causas, o encurtamento do músculo que faz estender os dedos e o excesso de movimentação ou o desvio do osso do meio do pé.
O que fazer: usar calçados confortáveis e certos para seu tipo de pé, a plamilha personalizada pode ser uma boa aliada, alinhando a biomecânica do seu pé. E alongamento diário: apoie o calcanhar no chão, contraia os dedos como se fosse pegar um objeto e levante o pé, formando um ângulo reto

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